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Estudos mostram que a cultura natural do cuidado entre as famílias brasileiras ocorre em todas as classes sociais e, há muitos anos, “com maior ênfase entre as famílias empobrecidas, as quais acabam por lançar mão dessa ajuda para resolução de problemas enfrentados nos seus diversos momentos de vida”. (VALENTE, 2013, p.17).

É considerado um padrão cultural e prática popular que visa soluções conciliatórias entre o valor da maternidade e as dificuldades em criar os filhos, através de apoio de vizinhos, amigos próximos, familiares (avós, tios, etc) que colaboram com o processo de cuidado, sem que haja rompimento dos vínculos com a família de origem.

Como modalidade formal de defesa dos direitos, “o acolhimento familiar surgiu pela necessidade de evitar o encaminhamento de criança e adolescentes a instituições” (RIZZINI, NAIFF, BAPTISTA, 2007) e principalmente buscar formas alternativas de cuidado temporário em ambiente familiar. No Serviço de Acolhimento em família acolhedora é preservada a convivência do acolhido com a família de origem e/ou extensa e, ao longo de todo processo, são buscados meios de fortalecê-la a fim de possibilitar a reintegração familiar.

“Certa vez, acolhemos uma criança, que na ocasião da reintegração à família de origem ela falou ‘Tia, agora que vou voltar pra minha família, você pode trazer outra criança lá do abrigo para ir morar no meu quarto!”

Depoimento
Jamile Rodrigues e Leomar Waiandt, SFA